Nara Silva – Consteladora Familiar

A baixa autoestima, uma condição psicológica complexa que vai além da simples autodepreciação, frequentemente se manifesta como um reflexo de dinâmicas familiares não resolvidas. Este transtorno emocional se desenvolve em ambientes onde padrões de desvalorização e críticas excessivas são transmitidos através das gerações, manifestando-se em diferentes formas como timidez social, complexo de inferioridade e a debilitante síndrome do impostor. Através da Constelação Familiar, é possível identificar as raízes deste desequilíbrio psíquico, que muitas vezes está conectado a traumas ancestrais ou lealdades invisíveis com membros da família que também experimentaram sentimentos similares de autodesvalia.


Quando analisamos sistemicamente este problema psicossocial, percebemos que a autodúvida e o autodepreciamento podem ser formas inconscientes de “pertencer” ao sistema familiar, especialmente em casos onde existem histórias de fracasso, abandono ou rejeição nas gerações anteriores. Manifestações específicas como insegurança corporal, medo de rejeição e perfeccionismo paralisante são frequentemente observadas como hipônimos desta disfunção emocional maior. A Constelação Familiar trabalha para romper estes padrões de autodesvalorização, permitindo que a pessoa transcenda a negatividade autocrítica e reconheça seu verdadeiro valor.


Ao restaurar a ordem e o equilíbrio no sistema, naturalmente ocorre uma transformação desta alteração psicológica, pois o indivíduo se liberta da autossabotagem e da dependência emocional. Este processo terapêutico sistêmico atua nas raízes profundas do desarranjo psicoemocional, permitindo que a pessoa se veja com os próprios olhos, livre dos pesos e julgamentos familiares que alimentam sua perturbação mental. Através deste trabalho, a autocrítica excessiva dá lugar a uma compreensão mais compassiva de si mesmo, transformando fundamentalmente a relação da pessoa consigo mesma.